Áreas de compliance e neurofisiologia estão entre as mais bem pagas hoje
As profissões mais cobiçadas do momento também são as mais exigentes em termos de especialização. Pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) elegeu o diretor de compliance, figura feita para resolver crises internas da empresa, como a de maior valorização no mercado de trabalho.
O neurofisiologista, profissional da medicina que estuda o cérebro, uma especialidade ligada à neurologia, praticamente empatou com o primeiro colocado em termos de grandeza salarial (veja quadro). Segundo o site Salariômetro, do governo de São Paulo desenvolvido em conjunto com a Fipe, um diretor de compliance começa ganhando, em média, R$ 14,2 mil. O neurofisiologista fatura a partir de R$ 12,6 mil, e o diretor comercial em operações financeiras, terceiro na lista, R$ 11,8 mil.
Da pesquisa para a prática da profissão, porém, a realidade é outra. Elizabeth Comini fez os seis anos exigidos no curso de medicina. Depois foram quatro anos de neurologia e um ano de eletroencefalograma, uma área da neurofisiologia, no Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte.
Com 21 anos de experiência, a médica tem um ganho salarial médio de R$ 10 mil para os dois empregos que tem. "Na medicina, tem as pessoas que investiram muito no conhecimento e são pouco valorizadas na relação financeira, e tem pessoas que investiram pouco e, através de propaganda, têm mais reconhecimento", comparou.
Um detalhe também contribui para tornar a profissão do médico neurofisiologista mais rentável: o acúmulo de empregos. "Eu sou uma exceção: trabalho somente em dois lugares. Tenho muitos colegas que trabalham em vários empregos", explicou.
Oportunidades. Uma outra pesquisa do Programa de Estudos do Futuro (Profuturo) da Fundação de Instituto de Administração (Fia) identificou as carreiras mais promissoras e onde estarão as oportunidades de negócios para empreendedores até 2020.
Foram consultados 198 especialistas e 62% apontaram o gerente de eco-relações como a melhor carreira para se investir nos próximos anos.
O professor do Profuturo da Fia Antônio Tiago Benedeti informou que as carreiras emergentes exigem um perfil determinado de candidato. "O mercado está pedindo um profissional com boa formação acadêmica, com experiência multicultural e global, um possível curso de especialização ou MBA, e que seja dinâmico e pró-ativo", descreveu.
Benedeti explicou que as novas carreiras com nomes desconhecidos do público em geral vão exigir também conhecimentos com ênfase na interação entre os funcionários nas diferentes áreas.
Uma profissão totalmente nova será a dos "bioinformationists". "Ela servirá de ponte com o mercado para desenvolver medicamentos", disse o professor da Fia, reforçando a importância das áreas de biotecnologia e nanotecnologia.
Para 18% dos participantes da pesquisa, o conceito de sustentabilidade ganhará força no mercado, justificando a atuação de profissionais nas áreas ambientais. A pesquisa aponta ainda a pressão por alternativas de baixo impacto ambiental.
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